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quarta-feira, agosto 31, 2005

Notas acerca de um casamento canadiano

À entrada, foram distribuídos "guizos” em vez de arroz e pétalas de rosa.
A parte mais interessante do serviço religioso foi a leitura de uma bênção Apache.
A saída do templo foi efectuada ao som do tema principal de “Star Wars”.
O bolo da noiva era a nave do “Star Wars”.
Em vez da habitual algazarra de talheres em copos de vidro, um discurso contando a história de como o convidado tinha conhecido um dos noivos. Cada discurso, um beijo. Abundância de discursos e beijos.
Durante o jantar, serenatas em violino. Música tradicional húngara, irlandesa, sérvia e italiana.
“Shots” de bebidas espirituosas várias (não admira que os convidados não fossem tímidos).

Foi bom, muito bom.




sexta-feira, agosto 19, 2005

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Me is now on vacaciones.

Publicacao de textos mais imprevisivel do que antes.

SOBRETUDO ENQUANTO AS CEDILHAS E OS ACENTOS NAO VOLTAREM (only until August the 30th, I believe).




domingo, agosto 14, 2005

Maverick na televisão

O calor era insuportável. Os tecidos colavam-se aos corpos como pele postiça. À mesma hora resolveram sair de abrigos localizados em diferentes pontos da cidade. Rumaram a um destino comum. Passearam à beira do mar expondo-se à brisa fresca. Passaram despercebidos um ao outro, no meio da multidão que procurava os benefícios da proximidade da água. Regressaram a casa. Cada um à sua, de onde saíram no princípio desta mensagem. Ela esqueceu o calor procurando entre textos e conversas antigas, e fotografias que ele lhe tinha enviado. Ele desfez-se em água numa masturbação violenta. Espasmos ainda a percorrer-lhe todos os músculos. No cérebro, restos de objectos atiçadores da libido. Mais sangue ao centro do que a norte da própria anatomia.
Dirigiram-se ambos para o chuveiro à mesma hora. E a água escoou para o mar.
Nada de especial. Só isto, enquanto Maverick faz batota em 50 cm quadrados de ecrã.




sexta-feira, agosto 12, 2005

Um dia na cabeça de um hamster

A vida. A vida é irónica. Pode amar-se as planícies mediterrânicas que nunca se viu, mas com que se sonha. Como que um oásis ilusão, redundância mística dos fins de tarde soalheiros. Cheios de melodias de outro mundo, água e generosidade incomodativa... Os outros. Neles reflectimos o nosso gostar abstracto. Como se pudéssemos de muitos fazer um... Ilusão doce. Oásis de sonho, descanso e felicidade efémera. Busca incessante e ilusória. Como as cacatuas albanesas, os pinguins imaginários da Atlântida, os cavalos da Terra do Fogo e os urubus do Árctico... No fim, nós. Sozinhos mesmo quando juntos, por vezes. Realidade amarga. A vida é instinto. A dor não ensina nada. A ironia ameniza a dor. O que é a dor? E o que é a vida? E a ironia?

A vida não é isso. Merda..


A vida não é isso. A vida é uma personagem. Oásis. Ilusão. A vida é um sonho. Uma busca incessante de felicidade efémera. Manutenção. O desespero parece uma miragem. A generosidade quase incomodativa é real. Às vezes. Faz parte de um gostar abstracto. É uma parte de um todo que se tenta dissecar e extrair. Como se pudéssemos de muitos fazer um. A vida é água. Amargura e doçura. Caminhos cruzados. Planícies mediterrânicas. Urubus do Árctico e cacatuas albanesas. Não faz sentido. A vida é uma conversa, um adeus vazio, sem continuidade. Algo inacabado. A vida é solitária. Leva-nos com ela e por vezes temos medo, por vezes não. Por vezes procura calor, por vezes foge-nos... A vida é instinto. A dor não ensina nada. A ironia ameniza a dor. O que é a dor? E o que é a vida? E a ironia? A dor é a ferida aberta pela ironia de quem é descrente na vida...

A vida não é isso. Merda...

(pensamentos do hamster enquanto corre na roda presa à parede da gaiola. Já está em transe, por ver passar as barras horizontais à velocidade dos seus músculos de roedor solitário)




terça-feira, agosto 09, 2005

Carta de motivação

Exmo. Sr. futuro patrão,

Começo por referir que sou uma pessoa extremamente optimista. Afinal de contas ninguém mais assume que vai ser contratado quando escreve uma carta destas. Não é excesso de confiança. É optimismo puro.

Em segundo lugar, gostaria que reparasse que sou uma pessoa com uma capacidade de aprendizagem invulgar. Se não porque é que me candidataria a um emprego cujo perfil não tem nada que se relacione com o meu currículo? Não é por desespero puro. Não. É porque sei que vou aprender tudo o que necessito nos dois dias de formação referidos no anúncio da vaga.

Quero também esclarecer que o facto de eu morar num Estado diferente daquele em que a empresa opera não constitui um obstáculo à minha candidatura. Pelo contrário. Eu sempre gostei de viajar e além disso, com o emprego que me vão dar, viverei com certeza melhor do que vivo neste momento. O que compensará largamente as despesas da deslocação e re-alojamento. De qualquer forma já vou ser despejado para o mês que vem. Não tenho nada que me prenda aqui. O gato vai comigo.

Como vê sou uma pessoa dinâmica e prática. Quanto às minhas capacidades de comunicação, relacionamento inter-pessoal e pontualidade, poderá verificar por si logo desde o primeiro dia de trabalho. Mon Français est parfait as well as my English.

Fico à espera do seu contacto para negociarmos a faixa salarial.

Atenciosamente,

O candidato.




domingo, agosto 07, 2005

Is anyone alive out there?

- Escreve!!!
- O quê?
- Qualquer coisa!! O que te passar pela cabeça!!
- Como este diálogo idiota?
- ...

- Bolas, o que é que se passa contigo?
- A minha criatividade desorientou-se.
- ??
- Sim. Vi num anúncio da McDonalds alguém a convidar alguém para um “fancy dinner”... "Fancy dinner" no Mcdonalds????? Não consigo ser mais imaginativa do que isso. Não consigo.




quinta-feira, agosto 04, 2005

Água sêca

A aragem sopra húmida. No céu, núvens negras carregadas de moléculas de hidrogénio e oxigénio em orgias de água, ameaçam escorrer para a terra..
O duche ácido, a pele seca. Espalha um creme hidratante pelas fendas de terra sedenta. A secura nao é de desejo nem de ti. É da água.

A Antártida é a região mais sêca da terra. Mais ainda do que o deserto do Sahara.




quarta-feira, agosto 03, 2005

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Um texto introdutório seria bom. Mas a criatividade esmoreceu, os olhos turvaram-se, os dedos escorregam nas teclas.

Eles falam por emesmos. Aqui.