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quarta-feira, abril 27, 2005

Amarelo

A felicidade é amarela.
Descobri esta semana. A felicidade tem a cor da luz do fim da tarde, do friso ocre de uma casa alentejana.
Estávamos lá os dois, e ele não me deixa mentir.




quinta-feira, abril 21, 2005

Aqui, aqui, aqui!!!!

Não deixem de dar uma olhadela aqui!!




quarta-feira, abril 13, 2005

Comentário para alguém que tem a caixinha desactivada


Não tenho tristezas, tenho (des)inspirações. Não tenho angústias, tenho mortes. Não tenho fãs, tenho amigos. Não escrevo, desabafo. Não canto, assobio.


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terça-feira, abril 12, 2005

Amo.
Transbordei. As águas do oceano subiram.
E o meu amor voa até mim.








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Espero que não te importes. Beijo Camilinha.




segunda-feira, abril 11, 2005

Hoje estou por aqui, livremente. Falando de tudo e de nada.




sábado, abril 09, 2005

Bestiário

Gotta go, gotta go! Move along, bitch!

Hoje dedico as linhas sépia a esse animal quase gracioso a que chamam cabra. Eu criei um ódio repentino a cabras. A todas não. A uma espécie em particular. Daquelas que corroem as entranhas relvadas dos corpos serranos... Carnes tenras apesar da ilusão de robustez. Destituídas de vida pelos dentinhos corrosivos dessas bichas vorazes, que minam aos poucos a vitalidade verde.

Um dia gostei de cabras. Até ao dia em que tropecei numa especialmente viciosa. A essa odeio. Às outras não. Eu não gosto de pombos, nem de aranhas, mas convivo com eles. Se calhar eles também não morrem de amores por mim, nunca procurei saber sequer. Não quero saber. Mas sou alérgica a uma espécie particular de cabra. Sim, já tinha dito. Quero reforçar. Alimento o ódio pseudo-literário com gosto. São fêmeas ardilosas. As outras são adoráveis, não me interpretem mal. Mas não me interessa a interpretação que fazem.

As cabras, essas tais que odeio, têm um ponto fraco. Eu descubro. E um dia mordo-as! Ah mordo! Bitch!




quarta-feira, abril 06, 2005

Considerações

Thank’yall ladies and gentlemen.

Eu tenho medo das superfícies branquinhas. As folhas do Word, por exemplo, transmitem-me ondas de pânico. É absurdo! Começo a carregar nas teclas à toa, encho as frases de adjectivos. Aaaaaarrgh!
Apaga.
Começa de novo.
Lembrei-me agora de uma manhã em que decidi espalhar a estupidez pela mesa, sob a forma de iogurte líquido. É. Eu agitei depois de ter aberto.
E lembro-me também do dia em que me aconselharam a escrever um romance. Pânico total! Pior que uma superfície em branco, são várias superfícies brancas, vazias... Eu gosto de paredes brancas. Assim, cheias de janelas enormes! Só luz!
Mas o meu cérebro é uma máquina estranha (também já mo disseram). Ele pensa no que ainda há para fazer. Não pensa no que já foi feito. Então. Pânico é a consequência mais natural.

Lembro-me do dia em que soube que existem rolhinhas no colo do útero. Ou podem existir. Ou não. E do dia em que tive que começar a escrever um artigo. Na verdade agora me lembro de outra coisa ainda: quando escrevi o meu primeiro artigo, foi-me dito que eu devia escrever romances... Humpf.

Mas voltando à conversa do iogurte, eu também já agitei um pacote de açúcar depois de o ter aberto. Mas aí foi de propósito... Estou convencida de que só não apanhei um estalo porque quem escapou do açúcar escondeu-me por trás de uma gargalhada sonora. Sim, sim! A gargalhada gerou uma barreira de som tão densa que a estalada fez ricochete e acabou por desintegrar-se. Só restou um sorrisinho amarelo...

Eu estava a falar de quê?

Talvez um dia destes comece um romance. Um assim a sério...

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Assim que eu souber escrever assim, eu começo.




terça-feira, abril 05, 2005

Efeméride

Hoje faz anos que nasceu uma criatura assim redondinha, meia verdinha, meia ácida, com um travo amarguinho de lima.

Uns cabelitos negros e uns olhos arregalados, perscrutando o mundo novo em seu redor.

Hoje faz anos, então, que a criatura veio ao mundo, recebeu a primeira golfada de ar nos seus pulmões atrofiados, olhou em seu redor e soltou um urro inquietante.. Depois de verde ficou roxinha e logo se tornou vermelha! E depois cor de pele, e bem macia, quando finalmente se habituou ao meio gasoso envolvente. Sobreviveu.

...

Oh! Happy birthday to me, então!




domingo, abril 03, 2005

Dois parágrafos por encomenda

Encontraram-se por acaso, numa dessas auto-estradas tecnológicas. Num desses cafés virtuais, onde um dia, uma se sentou à mesa e o outro chegou e, displicentemente, sem sequer pedir licença, sentou-se também.

Nunca antes se tinham sequer visto. Apenas, talvez, tivessem lido as palavras um do outro, algures à janela dos seus cantinhos privados, muito seus, mas publicados. Assim que ele se sentou encetaram uma conversa rápida, activa, satisfazendo curiosidades múltiplas.

Satisfeitas as curiosidades, tão depressa como se tinham encontrado, despediram-se. Cada um para seu lado. Seguiram as suas vidas reais, misturadas de virtualidades. Continuaram a deixar pedaços soltos de alma em prosas curtas. Os que souberam captar do outro, através das palavras privadas, publicadas. Paradoxo virtual, contradição inerente à vida moderna.

Uns sempre foram e outros sempre vieram. Mas nunca tão depressa.

E este é um texto desenvolvido a partir de dois parágrafos, os primeiros – em itálico, desenhados para um amigo. Depois ele encontrou inspirações diferentes e os parágrafos, esquecidos no fundo da gaveta electrónica, puxaram pela minha manga exigindo ser publicados. Fazer o quê...

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Right here!