Dessa tarefa que eu própria resolvi assumir
O estábulo dos cavalos alados
Com a falta de emprego generalizada resolvi oferecer-me, em regime de voluntariado, para tomar conta de um tal estábulo de cavalos alados. Claro, com o objectivo de me manter tempo suficiente para que acabem por se ver obrigados a contratar-me e a pagar-me bem pelos meus serviços. Eventualmente.
Quando cheguei ao local não havia estábulo nem cavalos alados. Suspeitei que se tratasse de um esquema para apanhar jovens inocentes desprevenidas com um engodo eficaz. Mas nem cinco minutos passaram quando uma massa enorme desceu do ar e passou a meio milímetro da ponta do meu nariz. O cheiro a enxofre intensificou-se e caí, tonta.
Antes que me pudesse levantar, mais três seres volumosos passaram a grande velocidade, mesmo por cima da minha cabeça. Quando olhei para cima vi-os lá, no ar. A peneirar aquele enxofre nauseabundo com as asas monstruosas (10 metros de envergadura). Imediatamente o meu cérebro começou a funcionar, estimulado pelos gases amarelados e eu parecia um gerador de ordens. Em menos de meia hora estavam presos às paredes rochosas da caverna em abóbada, 10 argolas de ferro, tinham sido erguidas duas paredes a dois metros de cada lado das argolas e feno cobria o chão.
Dei um berro e os 10 diabinhos que abriam as mangedouras na parede, por cima das argolas, acabaram e saltaram rogando pragas e inventando alcunhas nada simpáticas também para mim. Enchi as reentrâncias divididas por um septo com água sulfurosa e matéria orgânica em decomposição misturada com feno.
Imediatamente as 10 criaturas aladas vieram aglomerar-se em torno da refeição. Foi só passar-lhes os cabeções pelas cabeçorras enquanto deglutiam avidamente a substância mal-cheirosa e pronto. A partir daí, exigi uma máscara de oxigénio e sentei-me num monte de feno a ler “Evolution, Systematics, and Phylogeography of Pleistocene Horses in the New World: A Molecular Perspective”. Ignorando, obviamente, os protestos de David que ainda não tinha conseguido uma única vez encontrar disponível aquele maldito telefone preto.
Com a falta de emprego generalizada resolvi oferecer-me, em regime de voluntariado, para tomar conta de um tal estábulo de cavalos alados. Claro, com o objectivo de me manter tempo suficiente para que acabem por se ver obrigados a contratar-me e a pagar-me bem pelos meus serviços. Eventualmente.
Quando cheguei ao local não havia estábulo nem cavalos alados. Suspeitei que se tratasse de um esquema para apanhar jovens inocentes desprevenidas com um engodo eficaz. Mas nem cinco minutos passaram quando uma massa enorme desceu do ar e passou a meio milímetro da ponta do meu nariz. O cheiro a enxofre intensificou-se e caí, tonta.
Antes que me pudesse levantar, mais três seres volumosos passaram a grande velocidade, mesmo por cima da minha cabeça. Quando olhei para cima vi-os lá, no ar. A peneirar aquele enxofre nauseabundo com as asas monstruosas (10 metros de envergadura). Imediatamente o meu cérebro começou a funcionar, estimulado pelos gases amarelados e eu parecia um gerador de ordens. Em menos de meia hora estavam presos às paredes rochosas da caverna em abóbada, 10 argolas de ferro, tinham sido erguidas duas paredes a dois metros de cada lado das argolas e feno cobria o chão.
Dei um berro e os 10 diabinhos que abriam as mangedouras na parede, por cima das argolas, acabaram e saltaram rogando pragas e inventando alcunhas nada simpáticas também para mim. Enchi as reentrâncias divididas por um septo com água sulfurosa e matéria orgânica em decomposição misturada com feno.
Imediatamente as 10 criaturas aladas vieram aglomerar-se em torno da refeição. Foi só passar-lhes os cabeções pelas cabeçorras enquanto deglutiam avidamente a substância mal-cheirosa e pronto. A partir daí, exigi uma máscara de oxigénio e sentei-me num monte de feno a ler “Evolution, Systematics, and Phylogeography of Pleistocene Horses in the New World: A Molecular Perspective”. Ignorando, obviamente, os protestos de David que ainda não tinha conseguido uma única vez encontrar disponível aquele maldito telefone preto.
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