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segunda-feira, setembro 19, 2005

Da vontade irresistível de comer pipocas

O despertador tocou. Oito e quinze da manhã. Abre os olhos, estremunhado, e não vê nada à sua volta. - Droga! Programei o alarme para as oito da noite!!! - Esfrega os olhos e começa a perceber os contornos familiares do quarto. Uma quase-claridade tímida e cinzenta apodera-se do ambiente. Abre a cortina e vê-se obrigado a acender a luz porque lá fora está quase mais escuro do que às oito da noite de ontem.

Lavar a cara, vestir, preparar pequeno almoço. Resmungar. Preparar o almoço para levar. Comer, calçar os sapatos, sair e voltar a entrar. Se, como se disse aqui, a chuva é o choro de Deus, então ele está a ter um ataque de histeria...

Espera. A chuva engrossa. Espera. A chuva divide por dois a intensidade... Resolve sair assim mesmo! E a chuva triplica. Resmungou qualquer coisa acerca de histerismos prepotentes, olhou para o céu de uma cor só. Nem sequer havia nuvens! Só uma couraça de chumbo uniforme. Desejou ter limpa-pára-brisas nos óculos, apressou o passo e perdeu-se dentro da cortina de água.

Não voltou a aparecer, mas as suas pegadas ficaram marcadas na terra mole. Vistas de cima formavam a frase: “QUERO COMER PIPOCAS”, em maiúsculas, fonte não identificada.