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quinta-feira, maio 12, 2005

Por brincadeira

Hoje saí à rua. Vi todas as caras conhecidas que teria visto distribuídas por dias, se tivesse saído antes...
Vi a colega de curso, vi a senhora que apanha o comboio. Voltei a vê-la no teatro. Vi o pianista e os pais. Os amigos. E a actriz da telenovela.

Eu não gosto de telenovelas. Não as vejo por sistema. Mas basta ver uma fracção da história da bióloga que tem emprego onde quer, para memorizar. Não há biólogos verdadeiros com o emprego que querem. Não em Portugal. Não gosto de telenovelas. São pessoas de brincar com empregos de brincar. Com emoções pegajosas. Beurk.. Iiiik! Blargh! Blé...

Eu gosto do Sid, a preguiça de brincar, da idade do gelo. O Sid não tem emprego. Tem uma vidinha antropomorfizada de preguiça de desenho animado. Os humanos não falam, claro.

Eu vi a cantora do norte. No centro comercial, de braço dado com o namorado. Eu gosto da voz dela. Mas já não se ouve. Também é cantora de brincadeira? Eu não quero aparecer na televisão. Lá transformamo-nos em brincadeiras. Brincadeirinhas efémeras...