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domingo, março 13, 2005

A porta bateu.
E o silêncio do lado de dentro adquiriu o peso do chumbo.
A solidão abateu-se sobre ela como uma sombra.
Teve receio de olhar para a porta, por cima do ombro.
Ficou imóvel, encolhida sobre si mesma, como que para proteger os orgãos internos do soco certeiro. A dor física.
Sentiu-se desfalecer.
Esvaiu-se em água pelo chão da casa. Escorreu pela varanda e caiu para a rua.
Fez ricochete no chão. Caiu sobre o rosto macio de um jovem que passava.
Perguntaram-lhe, a ele, porque chorava.
Não sabia. Apenas o nó na garganta. Inexplicável.

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